sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Se essas paredes cantassem essa música não terminaria hoje.

Mudar de casa tem um poder muito especial de fazer o tempo visível. No meio de caixas objetos até então perdidos são encontrados, cadernos velhos com autógrafo de uma banda adorada depois de um show foda com uns 16 anos, um flayer de um show da primeira banda feito na sulfite cheio de erros de português, uma carta endereçada a “futura Sra. Rodrigues” com um desenho do Patolino que até hoje é a única coisa que consigo desenhar, uma letra de música escrita ao ar livre tomando vinho com amigos que mesmo depois de anos posso ainda chama-los de amigos e de irmãos.
São tantas lembranças... Todos os cômodos que se pode transar e até em lugares do terreno que nunca me pertenceram a não ser por poucos minutos (o medo de ser pego sempre apressa as coisas), no quarto que eu chorei de saudade eu chorei de tristeza, de solidão, de felicidade, de emoção com um filme comum, chorei de medo e muitas vezes chorei por causas que não faziam diferença alguma...mas se “alguma coisa agente tem que amar” por algo agente tem que fazer muita questão nessa vida.
Sinceramente... vou sentir falta daqui...acho que sou a pessoa que conheço que menos se prende a objetos...coisas são só coisas...pessoas sim valem a pena, não importa que agente se ache experiente o bastante pra descordar... E essa casa me faz lembrar pessoas que não estão mais aqui e que talvez nunca mais eu encontre nessa vida... Vou deixa-las aqui...para o próximo inquilino limpar... daqui só levo pessoas que valem demais pra mim e que farei de tudo pra que nunca se tornem meras lembranças...ahh e claro...daqui levo também um punhado de esperança e até os dentes de coragem!
Sendo sempre presente, aceitando feliz o poder do passado sobre o futuro, e pronto pra fazer do próximo dia um passado pra futuro nenhum deixar de se orgulhar.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Uma nova carta ao meu eterno destinatário.

É inevitável...eu tenho um ponto fraco que tento esconder...
Mas ele existe...e não consegui vencer-lo ainda...
Como sempre digo é fácil pensar numa fonte que cura as dores...placebo para cura idealizada de doença imaginária...Mas há uma lacuna que não quero dividir com mais ninguém...eu não quero evitar nada, e nem ser isentado de coisa alguma...pode vir...sedento de mim...enfeito meu corpo de conseqüências e saio por ai...
Tentando estar feliz o máximo possível.
E conviver com lembranças que se tornaram um lindo romance quando meu único esforço é lembrar.