sábado, 13 de novembro de 2010

Um a um menos 1.

Eu tenho medo de não conseguir acompanhar...
De me ver com um estilo de vida ultrapassado...Ainda bebendo vinho de R$ 5,00 na rua enquanto todos estão financiando um pequeno apartamento e especulando um futuro a dois. Eu tenho muito mais medo disso do que de morrer. Tenho medo de ter cinqüenta anos e perceber que gastei anos de trabalho com guitarras e pedais, caixas e cabos e ninguém lembrar de uma música sequer que eu tenha feito.Tenho medo de só ter ex namoradas que terminaram pelo mesmo motivo, porque amor pra mim é mais uma necessidade fisiológica do que o que deveria ser.
Tenho medo que esse blog tenha 853 textos e nenhum leitor...
Tenho medo que meus pais digam novamente pro resto da família que estou internado por causa de uma pneumonia, só pra evitar o constrangimento.
Tenho medo de me tornar insuportável a qualquer um, de ir trabalhar na segunda-feira sabendo que tudo que poderei fazer em todos os próximos finais de semana é encher a minha cara imbecil, e de álcool e nicotina ir queimando os meus dias um a um...Não pela fidelidade de um a um colados como Wordsworth...
Ainda sim...

sábado, 6 de novembro de 2010

Trilha sonora “Last flowers”. (Pra ler e ouvir ao mesmo tempo)

Eu tinha algo de valor...Mas não dei muito valor... E já não tenho mais.
Eu quis tanto espaço, mas simplesmente não caibo mais.
Agora minha visão é como um animal, como medo de tudo que a falta de racionalidade não me permite compreender.

Podia ter sido tudo tão simples, mas não bastava funcionar como funciona pra todos, tinha que ser melhor, tinha que ser verdadeiro e único... E deve ter sido isso que estragou tudo. Eu exigi demais de todos e todos só me pediam pra enfrentar, agir... Me pediam pra ser alguém...só isso... Agora eu vejo que não foi nada demais, era só fazer tudo como devia ser feito, aceitar que NADA pode ser completo, e na verdade essa é a graça, uma hora o vermelho fica verde, então você pode seguir...sabendo que uma hora ou outra terá que parar e esperar só mais um pouco.

“Venha como você está”!

Eu vou...feito criança que desconhece todas as desobediências que praticou...
Que não tem certeza de tudo que disse sentir... Porque só ouviu da boca dos outros, e em seus gestos teve uma curta certeza de que existe algo de verdade no que previamente chamou o desconhecido de fruto da circunstancia.

“Alívio, acredite, alívio...acredite.”