quinta-feira, 27 de maio de 2010

Fácil demais pra eu ser complicado.


Era tão normal antes... Era ir pra casa do meu avô em um sábado de manhã, tomar espuma de cerveja e brincar de dirigir no colo.
Preciso voltar a ser simples, três acordes, muda um dedo, e ótimo.

Eu não preciso de tudo o que eles têm.
Porque nos fundo sinto mesmo que eles não têm absolutamente nada.
Eu não tenho uma vida pra manter.
Mantenho-me por essa vida.
Prefiro sempre o prazer, nem que seja no preto e branco, ao meu modo de cara e coroa por um braço e uma orelha de brinde.

Se o paladar não é refinado, o corpo é bem mal traçado, as amizades não são High Society, a bebida fode a garganta, monoglota de literatura pobre, devoto Iluminate na descrença e protestante na fé de contrariar o que é certeza.
É assim que é.




segunda-feira, 24 de maio de 2010

Circuito oval, Peter Parker vê a aula de anatomia de ponta cabeça.

Tem dias que você se sente capaz de segurar o metrô, sair dele com um salto mortal duplo seguido de manobras na velocidade da luz, um beijo na mulher mais linda da estação, ascende um cigarro, ajeita a jaqueta de couro, olhares, suspiros...

Essa infelizmente é mais comum:

Existem dias que a camisa bege, a gravata azul, cabelos caídos nos ombros (que caíram na cabeça) , dores de estomago acabam com a famosa alto estima.
Ai nada está certo.
E você sente que existe papel de bala que vale mais do que a sua vida.
São esses gostos que não podem ser ditos, sem que mesmo o melhor amigo te ache um estúpido, ou o seu amor queira tornar banal citando mais de 1500 casos já conhecidos, testados e comprovados.

Lamento, mas não sou apenas uma espécie.
Não consigo aceitar que sempre vai ser assim, vai fingir se importar e desaparecer antes que eu possa pensar em manter.

Quero dizer que me disseram que tudo e todos passam...

Mas não quero e nem posso acreditar.

domingo, 16 de maio de 2010

Cinco meses, alguns dias e quase nada a declarar.

Eu já fui garoto pra viver um dia intensamente ao meu modo de intenso.
Hoje quando fecho os olhos em fevereiro só volto a ver no frio de julho. E em todos os anos parece que perco uma estação a mais, a as pessoas que me lembravam cada mês do ano se foram pra nunca mais, e confesso, e lamento, perdi esses meses pra sempre também.

Porque me acostumei a estar como em frente à TV, aguardando ao fim dos comerciais, mas o programa nunca termina, é como um plano, que sempre é revisto, analisado, alterado, uma vírgula, um ponto, um detalhe qualquer...
Mas nunca, nunca, é posto em prática.
Como já disse “É uma música que nunca acaba”.

Pode ser boa, perfeita talvez, mas todos aguardam o ultimo acorde pra poder aplaudir.
E ai sim, finalmente, estar satisfeito.

sábado, 1 de maio de 2010

Matemática eterna para os eternos principiantes.


Eu ando pelas ruas com o coração cheio de Napalm.
Iggy Pop disse isso, eu gostaria muito de ter escrito, é uma sensação tão repetida quando dormir e acordar.

Porque às vezes você trabalha 19 horas em um dia, porque às vezes você bebe tanto que no outro dia parece que não tem mais saliva, e na seqüência disso o que sobra?
Sobra você andando pela rua, pensando nas impossibilidades, nos motivos, nas pessoas, sempre nesses momentos eu sinto como se eu estivesse numa sala de aula, vazia e branca, com um quadro negro interminável que passa por todas as quatro paredes, ali estou, fazendo contas, com variações, resultados duplos com variações percentuais para mais ou para menos, com raízes negativas elevadas a números negativos, abro parênteses “Impossibilidade possível”, depois do delta começa mais uma conta, e cada resultado puxa outra equação...e outra...e mais uma.

Nunca há um resultado que me deixe claro se tudo isso vale ou não apena.

Só sei que perdi muita coisa por achar que tudo não passa de algo passageiro, solúvel e incerto.

Só sei que deixo de conseguir muito porque estimo mais contas a se fazer e a nunca se terminar.

Viciei em viver meus dias em contagem regressiva, até o dia que aprender não contar mais, ou simplesmente não puder mais quando chegar ao zero.