sexta-feira, 20 de novembro de 2015

De volta às agulhas.

Eu precisava ficar bem, eu vinha andando de segunda a segunda com o peso do mundo nas minhas costas, pressionando insistentemente a quarta vértebra.
Eu precisava fugir, nem que fosse por algumas horas, e eu sei que não justifica, uma vez que disse a mim mesmo que nunca mais faria...
Sim, eu não cumpro promessas, especialmente as que faço em silêncio, onde as testemunhas não ouvem e não acusam.

Faz seis estações que meu sorriso enferrujou, e hoje finalmente eu deixei os músculos do meu rosto voltarem ao estado normal, eu até senti a dor de quando um musculo relaxa depois de tanto tempo contraído... eu relaxei como se estivesse acabado de contar até dois e meio sobre uma maca de cirurgia, e eu nem precisei estar sedado, só precisei do silencio da casa vazia para poder chorar como um recém-nascido chora, chora desesperadamente como se soubesse o que há de vir.

Todos sabemos o que há de vir, mas todos os dias eu acordo com medo do dia em que não vou mais aceitar saber.