segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

"we could dance"

Na faculdade eles ficam todos felizes por coisas que não me satisfazem...
No trabalho eles organizam amigo secreto e confraternizações e quando ano finalmente acaba, todos voltam a deixar de se falar.
Nas baladas de Rock eles curtem MPB e seu espírito de revolução deu lugar a diplomatas.
Na minha família eles desconfiam de todos meus atos...até um bocejo é suspeito...Na casa da namorada eles querem saber quem eu sou, mas não estão psicologicamente prontos pra saber que quase duas décadas e meia não me fizeram descobrir ainda...
Tudo parece falhar...
Mas há os momentos entre os abraços dela...
Há os amigos e as conversas sobre a vida com cerveja e pizza.
Há a batida do show...livre...seguida de acordes desconhecidos mas já vistos...
Sim...eu vejo um mundo por trás do som, não está em partitura...está em cores, infinita cores... onde estou livre pra colorir meu mundo como desejar.
Um brinde a liberdade de ser e fazer como quiser.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

"Não me deixe cair em tentação e aceitar que tudo isso é só isso."

Uma frase do Fight Club “Os primeiros sabões foram feitos das cinzas dos heróis, sem dor, sem sacrifício nós não teríamos nada”.

Já pensou nisso? Nem sabão nós teríamos!
Qual sacrifício essa época falida de objetivos, falida de espírito seria capaz de fazer por um objetivo maior?
Se nem conseguimos abrir mão de “estabilidade” (ou em outras palavras, ser escravizado por um emprego miserável cujo seu salário mal serve pra suprir suas necessidades básicas), pelos sonhos que tínhamos...Que na verdade temos...mas se torna mais fácil declarar aos quatro cantos que se trata de infantilidade...E que não te preocupa mais se vai dar certo...

O que na verdade nós nos preocupamos é se podemos pagar um lanche nojento pra namorada depois de um passeio infeliz pra encher nosso tempo escasso que até sobra.

Sei lá...é isso...é o ditado do pombo na mão e os dois pombos voando...

Nós vamos ser rebaixados a vermes! Parasitas! Essas micro porras todas.

Nosso poder de raciocínio não nos possibilitou achar maneiras de estourar as correntes... Nos fez perceber que o inimigo é invencível... E no auge de seu poder fomos obrigados por nossa mente de brilhante capacidade de raciocínio lógico e dedução...a nos render.

Encher a boca de cultura do Google... dizer tudo sobre países e culturas que aceitamos de muito bom gosto jamais realmente conhecer.
E nosso conhecimento comprado nos rendeu um troco que mantém a vida a beira da perfeição.
Um troco tão generoso que nos conforta e anestesia numa existência de pura estadia...

sábado, 13 de novembro de 2010

Um a um menos 1.

Eu tenho medo de não conseguir acompanhar...
De me ver com um estilo de vida ultrapassado...Ainda bebendo vinho de R$ 5,00 na rua enquanto todos estão financiando um pequeno apartamento e especulando um futuro a dois. Eu tenho muito mais medo disso do que de morrer. Tenho medo de ter cinqüenta anos e perceber que gastei anos de trabalho com guitarras e pedais, caixas e cabos e ninguém lembrar de uma música sequer que eu tenha feito.Tenho medo de só ter ex namoradas que terminaram pelo mesmo motivo, porque amor pra mim é mais uma necessidade fisiológica do que o que deveria ser.
Tenho medo que esse blog tenha 853 textos e nenhum leitor...
Tenho medo que meus pais digam novamente pro resto da família que estou internado por causa de uma pneumonia, só pra evitar o constrangimento.
Tenho medo de me tornar insuportável a qualquer um, de ir trabalhar na segunda-feira sabendo que tudo que poderei fazer em todos os próximos finais de semana é encher a minha cara imbecil, e de álcool e nicotina ir queimando os meus dias um a um...Não pela fidelidade de um a um colados como Wordsworth...
Ainda sim...

sábado, 6 de novembro de 2010

Trilha sonora “Last flowers”. (Pra ler e ouvir ao mesmo tempo)

Eu tinha algo de valor...Mas não dei muito valor... E já não tenho mais.
Eu quis tanto espaço, mas simplesmente não caibo mais.
Agora minha visão é como um animal, como medo de tudo que a falta de racionalidade não me permite compreender.

Podia ter sido tudo tão simples, mas não bastava funcionar como funciona pra todos, tinha que ser melhor, tinha que ser verdadeiro e único... E deve ter sido isso que estragou tudo. Eu exigi demais de todos e todos só me pediam pra enfrentar, agir... Me pediam pra ser alguém...só isso... Agora eu vejo que não foi nada demais, era só fazer tudo como devia ser feito, aceitar que NADA pode ser completo, e na verdade essa é a graça, uma hora o vermelho fica verde, então você pode seguir...sabendo que uma hora ou outra terá que parar e esperar só mais um pouco.

“Venha como você está”!

Eu vou...feito criança que desconhece todas as desobediências que praticou...
Que não tem certeza de tudo que disse sentir... Porque só ouviu da boca dos outros, e em seus gestos teve uma curta certeza de que existe algo de verdade no que previamente chamou o desconhecido de fruto da circunstancia.

“Alívio, acredite, alívio...acredite.”

sábado, 23 de outubro de 2010

Fluxo

Você não quer terminar essa jornada e ver que tudo foi porque tinha quer ser...
Você não quer ver a luz se apagar aos poucos, e sumir, não sentir, não querer e nunca poder.

Então porque a vida deixa tanto a desejar?
Não é ela que te permite tudo isso?
Então você acha que lhe falta algo e por isso nada é perfeito?
Porque você quer ser perfeito? Pra criar uma categoria acima de “perfeito”?

Eu não preciso me encaixar, ter, ser, mostrar, viver ou ganhar.
Eu faço do meu jeito...
Sei lá...
Faça do seu!

E não peça um exemplo a quem parece estar bem, feliz e completo.
Você pode ser só duas mãos no meio de centenas que aplaudem, se o show valer cada palma, você está onde quer estar. Talvez não onde “precise” estar, nem onde a lógica e o senso comum te levariam.
Você pode ir com o fluxo, se isso valer apena.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Viciados em felicidade.

Tem gente que se protege
Que dorme bem, que estuda, gente que faz planos e não conta pra ninguém.
Alguns fazem planos sobre a “ilha deserta”, três objetos, dois animais e uma pessoa, talvez uma garrafa de vinho...quem sabe?

Tem gente que se sente inferior se suas atitudes forem comparadas com os demais 98% da população, e outros que sofrem porque não conseguem se igualar.
Será que eu não sei o que é bom?
Sou incapaz ou simplesmente não faço questão?

Tanto faz não vai mudar...No final até os mais idiotas querem conforto, amor e Deus.
Não necessariamente nessa ordem, não necessariamente o que se pode entender por cada um deles.
É como uma piada, você conhece aquela? “Estavam juntos o drogado, o apaixonado e o religioso. Sobre o que discutiam? Sobre qual da mais felicidade”.

Certo! Acabou, pode rir, ou chorar, ou arrume algo pra se viciar, silenciar e ser o mais feliz.

domingo, 10 de outubro de 2010

Pagamento facilitado em 25.860x com muito juros!

É uma luta intensa, e perder é o máximo que essa palavra pode realmente significar.
Tudo se torna secundário na sua vida quando de fato ela passa a ser primário.
Parece que tudo aqui conspira, enquanto você faz planos de voar te cortam as pernas, e então você busca a melhor maneira de se arrastar, logo eles te partem ao meio.

Há um buraco dentro da solidão do quarto, e lá eu deposito periodicamente meus erros, minhas escolhas feitas, e fecho até o próximo deposito.
Só fico com os frutos de cada uma, os rendimentos, com o que sobrou depois da colheita, e assim eu tento fazer o melhor que posso, com cada vez menos chance de acerto, ou forças pra tentar.

“The devil made me, only we never met”.

E isso talvez isso explique porque não faz sentido algum tudo isso.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

PANIC

Só de suspirar ecoa...
Deixo os remédios intocados, melhor ataques de pânico do que nada.
Um horizonte que não termina, uma marginal travada, isenção total de realidade, não venta nem chove dentro do ônibus, e eu não sinto nada, só ataques, sem intervalo lógico de tempo, só vem, angustia ainda mais, e se vai...
E eu sinto que deveria pedir que ficasse, ao menos alguma coisa ficaria...
Eu e mais alguma coisa.
Alguma coisa e eu.
Só de suspirar ecoa...

domingo, 12 de setembro de 2010

O lote perfeito.


Na TV eles estão elegendo como as melhores bandas de rock do ano, bandas que não tocam rock. Domingo aperta o coração tão forte que foge por seus dedos intangíveis.
Na mesa do jantar se fala sobre a comida, a mesma do meio dia, seguido de uma análise minuciosa da sobre mesa.
O resto do mundo faz exatamente tudo pra se chamar de resto do mundo, cuidam das suas vidas, da saúde, do afetivo, do financeiro, um fluxo... tão natural quanto aquele balanço do barco no mar que causa náuseas.

Eu juro que tento, mas não encontro um lugar onde me encaixo, de forma natural, nem por uma faísca de segundo.
São ambições que não consigo ter, sentimento que nunca consegui ter, e todo dia eu continuo tentando, quando eu digo “vamos, vai ser legal”, ou “eu vou mudar”, eu só queria que soubessem que não tenho um pingo de fé, nem de esperança, não aqui, não nesse lugar, onde tudo para de funcionar, e o ditado mais religiosamente seguido é “A ocasião faz o ladrão”, ou da minha caixinha de frases na mente, “Tudo tão circunstancial”, o amor que se adapta as limitações de quem ama, os problemas que crio pra ter que criar soluções.

Eu peço um perdão sincero, não sinto prazer em forjar, é só meu direito de tentar me igualar, de ficar bem como todos que não perderam seu tempo precioso pra escrever o que sentem.
A vida é vivida e não escrita, certo?
Então acho que preciso melhorar muito minha atuação...
Da um gole, um sorriso.
Da um trago, um sorriso.
Da um beijo, um sorriso seguido do abrir propositalmente vagaroso dos olhos.
Felicidade... é a pretensão atrás de tudo que se pretende.
Então devo ser feliz já que nada pretendo.

domingo, 5 de setembro de 2010

Eu quero poder dizer sempre sim, is my transmission.

A minha carência vem das noites em que todos desejam o descanso eterno no profundo silencio da casa, onde outros dormem e a vida nunca se recicla.
A minha necessidade é superar o que parece tão necessário a ponto de limitar um horizonte na visão, e transformar numa viela escura de um bairro desconhecido.

Hoje tudo busca ser compacto, versátil, uma bagagem infindável de cultura, bilíngüe, tatuado por Picasso, a rebeldia que a mesada não pode conter, um moicano de R$ 500,00 feito pelo Jassa. Mas quer saber, eu não me importo, não criei nenhum movimento, e não sou dono de nada além das minhas atitudes.

E ainda no meio da fumaça, das luzes e batidas remixadas, da rebeldia ponderada eu vejo um horizonte que não quer terminar, eu sinto o sabor fresco das possibilidades, e isso já me basta pra tentar.

“No language, just sound, is all we need knowTo synchronize love to the beat of the showAnd we could dance”.

No language.
Just sound.
No language.
Just sound.
No language.
Just sound.

domingo, 29 de agosto de 2010

Idéias são aprova de bala, mas não resistem à omissão.

Eu tenho uma memória muito ruim, mas lembro perfeitamente que fiz inúmeros planos no fim de 2009, até disse a um amigo que 2010 tudo seria diferente, bom, de certa forma tem sido, até o ano passado eu não tinha receio de morrer, mas esse ano eu aprendi muito sobre esse tema, e ainda tem as partes de uma história que eu decidi não divulgar, e mesmo aqui eu não consigo, mas fui vitima de muitos males esses oito meses, auto provocados ou por mero acaso, tipo, acontece com todos, sei lá...
Enfim, se tivesse que fazer um balanço eu diria que estou regredindo de forma violenta, me sinto com mais atitude pra certas situações, mas os fatores físicos e mentais fizeram um passo a frente parecer ridículo ante doze passos para trás.
Normalmente eu faço metáforas, busco sentimentos, eu gosto disso, é na verdade o que eu resumiria tudo, IDÉIAS, uma letra de musica, um texto, um mi bi corde, uma tentativa de estampar em todas as avenidas de São Paulo com tintas que brilhem a noite, que sou doente, e nenhum médico pode me curar, que posso estar caminhando pra uma sala escura e vazia, contra a idéia social e o senso comum, mas isso é DNA, é Deus, é amor sei lá o que mais, é meu, é um gosto próprio na saliva, não adianta explicar, ou nem mesmo tentar, mas eu quero gritar, roubar um relógio de R$ 1500,00 e trocar em comida, e fazer alguém feliz, pedir pra Deus a formula mágica que conforta o coração e da paz, porque tem muita gente sangrando neste momento, e outras cortando com um sorriso largo e sínico no rosto, e a justiça tarda, tarda, tarda e acaba por se isentar.
E se eu acabo por também me isentar, acabo também por me sentir falho e sem porque.

domingo, 22 de agosto de 2010

Mais uma noite de Bukowski, House e um idiota qualquer.

Eu rasguei, carta por carta, limpei o chão vomitado com um pano e joguei dentro da caixa, cheia de papeis rasgados.
Só tinha gente falecida em fotos e em textos, uma coleção de despedidas, oficiais ou não anunciadas, mas todos os envolvidos sabem que se foi.
Eu não tenho muitos sentimentos nesse sentido, pra mim passado não tem gosto de nada, mas acho lindo, perfeito e disso sim sinto falta, alguém hoje tão arrogante ter sido capaz de dizer que jamais conseguiria viver sem você, ou alguém que hoje acha que uma pessoa é feita do que veste e das mentiras que conta, com uma camiseta com uma frase de música de uma banda desconhecida e um tênis de R$ 45,00 no pé.

Eu detesto parecer o Dr. House, mais todos parecem apenas um paciente com dor de garganta, nada interessante, e no desinteresse destes dias sigo, entre analgésicos, vômitos e ausência de sentimentos, tentando parecer normal, aceitando, sem questionar, esquecendo sem querer, mas todo dia me esforçando pra lembrar como é se sentir bem.

domingo, 8 de agosto de 2010

“Tanta gente escrota com Jesus na boca, de Mercedes Benz”.

Eles pegam a blusa quando a mãe de infância sofrida os aconselha.
Eu estou andando, lutando contra o frio e as conseqüências que me cercam como os leões na cova de Daniel.

Os desgraçados vão viver, entupidos até o buraco dos dentes de costumes familiares... Vão ser felizes e apostar na mega sena semanalmente, vão ser capazes de pagar quase tudo que eu nem me atrevo, mesmo sem mau saber escrever, é o milagre do mundo moderno, onde as namoradas são encontradas no Orkut e os melhores trabalhos não resistem a belos rostos, limpos, católicos e despreocupados.

A minha alma serra vagarosamente os pulsos...
Porque eles são sempre amparados, nunca se arriscam e saem como heróis.
Fazem discurso sobre a moralidade, bons costumes e como ter uma vida perfeita, ensinam as pessoas a ignorar tudo o que eles já possuem, e moldam tudo que o dinheiro possa pagar e a ausência de interesse na própria vida dos outros possam proporcionar amigos.

Mãe eu fiz o melhor que pude, mas não foi o suficiente, e isso me fez querer mudar, porque agora eu sei que preciso pensar nisso tudo como se teus olhos também fossem meus, e evitar a todo custo que eles vejam tudo que vi, e percam a capacidade de fechar ao ver o quão cruel pode ser o inferno dos becos mais escondidos.

Eles me tratam como lixo, e um dia até já me chamaram de amigo, e de alguma forma isso segura meus instintos, porque quando penso em tudo, e em todos eles, logo minha mente fabrica mais ódio do que a boca saliva, e eu penso que posso afundar um pouco mais nessa lama e sujar minhas mãos, já que todo o resto está pútrido.

Talvez eu nunca tenha um bom carro, ou casa, ou bela esposa pra provar que consegui vencer, e ao ponto de vista deles sempre esteja muito abaixo de seus status.
Mas nada disso me importa, e só nessa hora eu quero acreditar, que existe de fato um Deus, que mesmo depois de tudo, cheio de cortes e todo sujo, cuida de mim, me abraça e chama de filho, e me põe pra sentar à mesa com meus irmãos, os que me acham digno ou não.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Eu tive medo de perder a oportunidade de não mudar absolutamente nada nessa via de sentido único.

Eu queria ter um cinema marcado para o final de semana.
E na sala escura com ela sentir as mãos suarem, logo secá-las na calça jeans.
Ver com o canto do olho ela morder os lábios e balançar a perna direita sem pausa.
Queria ter algo marcado, não sei, pode ser só um fiozinho de esperança...pode ser o grão de mostarda, não importa, realmente não importa.
Eu tenho uma alma anarquista e tão pouco independente, esse é meu vicio, me sentir sozinho, um fraco pisciano que bate em portas erradas e mesmo assim, sem conhecer e as vezes sem pensar entra.
Hoje é sexta-feira, eu guardei o Diabo no bolso direito da calça, Deus no bolso da camisa, respondi todos que perguntaram e ajudei os que precisavam, fiz tudo como deveria ser feito, diria quase perfeito.
E jurei não questionar mais, pois aprendi que faz mau ao coração e afasta os poucos que permaneciam, firmes e fortes, certos, católicos, de boa aparência, de uma moral e fidelidade acima de tudo.
Eu não sei bem quanto tempo não peço ansioso pra ter uma festa de aniversário, ou a ultima vez que disse sem que fosse realmente preciso dizer “eu te amo” a alguém.
Acho que é melhor fechar os olhos, deixar ser guiado, conduzido com todo cuidado, pelo caminho onde todos se realizam e nunca olham para lado e perguntam por que.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Nasce, se desenvolve e morre. (Ao que parece sem exceção a regra)



Eu não passo os meus dias a tentar entender os passos errados dos outros.
Nem dos meus próprios eu consigo lembrar...
Eu quero mesmo é que tudo exploda!

Uma certa vez Deus disse algo como “Não sou homem para que minta e nem filho do homem para que me arrependa”.
Pena que todos aqui são filhos do homem, pra que se arrependam na terça dos discursos durante a sobremesa após o almoço de domingo.

Parece inevitável que o ídolo faça um disco horrível quando velho.
Ou que os meninos da revolução levem torta pra almoçar com sua nova família, perfumados, com uma camisa discreta em vez de uma camisa do Sex Pistols.

É inevitável que todos procurem por segurança, como se a vida fosse assegurada por uma apólice vitalícia, que lhe garante indenização em caso de um DVC (desvio de vida convencional).

Sei que posso parecer um índio fornicando sobre uma mesa de cristal, em meio ao mais nobre andar do Terraço Itália lotado, mas eu quero mesmo é que a Pasta tenha o gosto amargo da minha porra, toda vez que vocês se permitirem serem moldados por esse estilo de vida de novelas e mentiras mastigadas de Hollywood.

sábado, 10 de julho de 2010

Parabéns! Você é o leitor do centésimo texto deste blog, a sua vida vai ser muito melhor apartir de agora.


Esse é o centésimo texto desse blog, “What does it matter?”
E tem muito mais de muitos outros blogs, alguns cadernos, anotações avulso e muitas cartas pra pessoas que não estão mais por aqui. Não da pra esquecer as músicas também.
O fato é que faz muito tempo que eu escrevo quase tudo que eu consigo sentir, tudo que consigo pensar...enfim...como posso ainda me sentir tão “intro”?
Pra ser sincero sempre foi assim, mas hoje eu quero me esconder sempre atrás do espelho, pra quem quer que for poder se sentir bem com o que vê.
Por que atrás de sua imagem e semelhança só há maldade, frustração e uma covardia sem pudor e imoral.
Esqueci de falar sobre a inveja, invejoso escroto que não pode te ver feliz com um punhado de areia na mão sem invejar seu poder de tornar algo insignificante algo que te faça bem.Ou sem invejar os garotos com flechas cravadas no peito, que andam pelas ruas com o olhar perdido por onde quer que possa estar o alvo amado de seus olhos.
Eu não tenho um alvo amado, não tenho um punhado de areia, só inveja, eu queria ver a paisagem quando as peças do quebra-cabeça se encaixam, sabe? Sentir orgulho, satisfação, por qualquer coisa que saísse de minhas mãos.

Todos querem ser o homem invisível, eu gostaria de ter uma sombra.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Converteram o vinho em água... (Fui pra um boteco, a festa ficou horrível).

Um espaço, com astros semi apagados...
O corpo nunca deixa de cair, lentamente, sem esperanças...
O que antes era infantil e até belo, hoje parece perda de tempo, o que infelizmente é irrecuperável...
Ando próximo demais das margens, com experiência suficiente pra pré julgar de maneira perfeita estereótipos... Talvez eu seja um... um que julga, que se sente vivido o bastante pra achar tudo e todos repetidos, pra achar que todos se vão por menos do que pão seco.
Pão seco talvez seja melhor mesmo que tudo isso, melhor do que essa crosta nojenta de passado que existe nessas ruas, nessas fotos, nesses enfeites sobre a cômoda.
Num CD velho sem malícia, sem câncer adulto maligno chamado vaidade...
Junta tudo...Então é isso...sem os pés no chão...caindo sem vontade de parar

sábado, 19 de junho de 2010

Até logo e boa noite. (Título? Helena sabe que nunca é só um título)

Eu queria perguntar, “lembra que eu disse que iria mudar?”
E depois de um silencio com ar de esquecimento responder...
“Pois é, eu mudei!”
Mas não posso...
Não posso nem falar com ela sem que ela pensasse que estou bêbado, drogado ou algo assim...
Não posso dizer que sinto muito a falta dela sem que ela se afaste com medo de eu voltar a rastejar em tempo integral atrás do seu amor.
Acho que fiz minha fama.
Depressivo, viciado e derrotado.
Eu sempre disse que sou um mentiroso.
Mas acho que sou muito verdadeiro, minhas atitudes sabe? Eu to sempre agindo conforme o que sinto, o que as vezes é ruim, visto minha fama...
Queria evitar esse gelo que da no estomago quando ouço falar dela, ou a sensação que tem algo cinco vezes maior que meu punho tentando passar pela garganta pra fugir pela boca.
E tem também a idéia de que mesmo que consiga tudo o que sempre quis, mesmo que fosse perfeito, estaria faltando uma peça, uma peça com um nome, um endereço e um sorriso que me faz, mais do que essa palavra pode te fazer entender, sentir e ficar bem por mim, FELIZ.
O egoísmo perfeito é te querer por perto, me entristecer com sua felicidade, com o sorriso sincero de um amor encontrado, o reflexo medusa, que escarra na minha cara que mesmo depois de tanto tempo não tive nem coragem de sair de casa pra encontrar o meu amor.
Eu me vejo no espelho, cada vez mais distante, mais fraco, e sem porque se torna ainda mais difícil.
A verdade é que faz tempo que espero o mundo dar notícias sobre revolução, e mesmo tendo certeza que ninguém virá, me falta coragem pra fazer acontecer, como me falta coragem pra quase tudo que me disponho a sonhar.
Eu penso naquele instrumental de “i still got you face” (tem outro nome, mas gosto mais desse) do The Cult, e é como se os violinos falassem, “tudo está queimando, acabando, e você vai ficar pra se foder sozinho, afinal, é o que você sempre fez por merecer.”
Violino sincero, como o espelho, como ela e principalmente como eu, que concordo com tudo, infelizmente, com tudo.

sábado, 12 de junho de 2010

Só quero que saiba que eu quero ficar.

Uma noite fria, do outro lado de São Paulo, espumando pela boca, com uma dor até então desconhecida no estomago.
Eu nunca tive muita consciência e disso eu tenho plena consciência, mas exagerei dessa vez.
A única coisa que eu conseguia pensar é que não queria morrer ali, eu nunca fiz tanta questão, mas a idéia de bater as botas dessa forma e depois um cara do IML, mal humorado que odeia seu trabalho dar a notícia fria, de mais uma overdose jovem para quem fez de tudo pra que eu pudesse ficar bem.
E nem tem um outro filho pra ver se da certo a segunda tentativa.
Não sei como ainda estou aqui, mas agradeço a chance de fazer direito.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Conquistar, avançar e escovar os dentes.

Atrás de uma rotina, de uma interminável espera, só quero que você pense, porque estamos sempre correndo por algo?
Eu sempre ouvi dos mais velhos quando fazia essa pergunta “Porque a vida não pode parar”. Será que é isso mesmo? Existência...sempre aprendiz...sempre aprendendo coisas pra não usar, melhorar pra ninguém notar, esse vício desgraçado de conquistar pra dispensar.
Rotina... da casa, do café meio amargo, da solidão depressiva dos dias do meio da semana...Das contas, dos defeitos conhecidos e das necessidades segundo a consciência, que infelizmente ainda funciona.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Fácil demais pra eu ser complicado.


Era tão normal antes... Era ir pra casa do meu avô em um sábado de manhã, tomar espuma de cerveja e brincar de dirigir no colo.
Preciso voltar a ser simples, três acordes, muda um dedo, e ótimo.

Eu não preciso de tudo o que eles têm.
Porque nos fundo sinto mesmo que eles não têm absolutamente nada.
Eu não tenho uma vida pra manter.
Mantenho-me por essa vida.
Prefiro sempre o prazer, nem que seja no preto e branco, ao meu modo de cara e coroa por um braço e uma orelha de brinde.

Se o paladar não é refinado, o corpo é bem mal traçado, as amizades não são High Society, a bebida fode a garganta, monoglota de literatura pobre, devoto Iluminate na descrença e protestante na fé de contrariar o que é certeza.
É assim que é.




segunda-feira, 24 de maio de 2010

Circuito oval, Peter Parker vê a aula de anatomia de ponta cabeça.

Tem dias que você se sente capaz de segurar o metrô, sair dele com um salto mortal duplo seguido de manobras na velocidade da luz, um beijo na mulher mais linda da estação, ascende um cigarro, ajeita a jaqueta de couro, olhares, suspiros...

Essa infelizmente é mais comum:

Existem dias que a camisa bege, a gravata azul, cabelos caídos nos ombros (que caíram na cabeça) , dores de estomago acabam com a famosa alto estima.
Ai nada está certo.
E você sente que existe papel de bala que vale mais do que a sua vida.
São esses gostos que não podem ser ditos, sem que mesmo o melhor amigo te ache um estúpido, ou o seu amor queira tornar banal citando mais de 1500 casos já conhecidos, testados e comprovados.

Lamento, mas não sou apenas uma espécie.
Não consigo aceitar que sempre vai ser assim, vai fingir se importar e desaparecer antes que eu possa pensar em manter.

Quero dizer que me disseram que tudo e todos passam...

Mas não quero e nem posso acreditar.

domingo, 16 de maio de 2010

Cinco meses, alguns dias e quase nada a declarar.

Eu já fui garoto pra viver um dia intensamente ao meu modo de intenso.
Hoje quando fecho os olhos em fevereiro só volto a ver no frio de julho. E em todos os anos parece que perco uma estação a mais, a as pessoas que me lembravam cada mês do ano se foram pra nunca mais, e confesso, e lamento, perdi esses meses pra sempre também.

Porque me acostumei a estar como em frente à TV, aguardando ao fim dos comerciais, mas o programa nunca termina, é como um plano, que sempre é revisto, analisado, alterado, uma vírgula, um ponto, um detalhe qualquer...
Mas nunca, nunca, é posto em prática.
Como já disse “É uma música que nunca acaba”.

Pode ser boa, perfeita talvez, mas todos aguardam o ultimo acorde pra poder aplaudir.
E ai sim, finalmente, estar satisfeito.

sábado, 1 de maio de 2010

Matemática eterna para os eternos principiantes.


Eu ando pelas ruas com o coração cheio de Napalm.
Iggy Pop disse isso, eu gostaria muito de ter escrito, é uma sensação tão repetida quando dormir e acordar.

Porque às vezes você trabalha 19 horas em um dia, porque às vezes você bebe tanto que no outro dia parece que não tem mais saliva, e na seqüência disso o que sobra?
Sobra você andando pela rua, pensando nas impossibilidades, nos motivos, nas pessoas, sempre nesses momentos eu sinto como se eu estivesse numa sala de aula, vazia e branca, com um quadro negro interminável que passa por todas as quatro paredes, ali estou, fazendo contas, com variações, resultados duplos com variações percentuais para mais ou para menos, com raízes negativas elevadas a números negativos, abro parênteses “Impossibilidade possível”, depois do delta começa mais uma conta, e cada resultado puxa outra equação...e outra...e mais uma.

Nunca há um resultado que me deixe claro se tudo isso vale ou não apena.

Só sei que perdi muita coisa por achar que tudo não passa de algo passageiro, solúvel e incerto.

Só sei que deixo de conseguir muito porque estimo mais contas a se fazer e a nunca se terminar.

Viciei em viver meus dias em contagem regressiva, até o dia que aprender não contar mais, ou simplesmente não puder mais quando chegar ao zero.


segunda-feira, 19 de abril de 2010

Eli, Eli, lamá, sabactâni ?

Havia uma senhora sobre leito ao lado...

Corpo enfermo, lençóis brancos e frios, quarto branco recém pintado.
Droga na veia pra aliviar a dor, porque todos aceitam isso e não aceitam um drogado que busca aliviar a alma?
O que você realmente é pode ser secundário diante de como você está?
Eu jamais farei apologia a qualquer tipo de crença com um “Q” de religião.
Só sei que carne, ossos e sangue não tem nada haver comigo, sei que isso apodrece, e qualquer coisa pode ferir e lhe causar dor.

Busco todos os dias acreditar, que um corpo velho, surrado e esquecido, sobre um leito frio, gemendo de dor segundo pós segundo, encontra uma luz, que nunca mais vai se apagar, sem medo, sem dor nem desespero, não haverá tempo, saudade, nem vaidade, os que vestem branco e os que vestem preto, “Eu gostaria que meus dias fossem, pela fidelidade natural de um a um colados”.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Ela escreveu num papel com apenas um “S” gigante, “sofra, sempre, sorrindo” Aos 11 anos eu disse “tudo bem”.

Não sei mais se quero ser livre.
Ter tempo pra pensar só faz problemas pequenos parecerem insolúveis neste oceano de impossibilidades.
“I’m ready to close my mind”
Entende? Pode ser apenas uma segunda-feira ruim, e até ai não haveria de ser uma surpresa.
Mas tem um peso forte sobre os ombros, e uma sensação fortíssima de que vã ocupação seria necessária pra evitar falsas esperanças, ou quem sabe até falsas tentativas de um amor forjado, por puro capricho de um momento solitário.

Sartre,
eu acho que me condenei a liberdade.

domingo, 4 de abril de 2010

Cura idealizada pra doença imaginária.




Tem alguma coisa errada, eu sinto isso porque faz um tempo que não consigo relaxar meu corpo totalmente...bem... como posso dizer?
Bom, eu deito, fecho os olhos, ouço uma boa música, bebo um gole do Whiskey favorito, penso nas garotas, nos amigos, na família, na infância...deveria ser relaxante isso tudo.

Chuva do lado de fora, clima cinza, melhor pra sossegar não poderia ser.

Mas então vem a pergunta...
Porque estou buscando na minha mente algo que eu chamo inconscientemente de “solução”?
Qual é o problema que preciso solucionar?
Sei lá cara.
Mas tem dias que eu prefiro me esconder pra tentar achar do mais profundo vazio a “solução”, e isso tem me tornado um pouco pior a cada dia.

Esse texto é a profunda descrição do sentido desse blog, ninguém jamais entenderia essas palavras ditas exatamente assim, só o papel mesmo, pra aceitar e não querer solucionar.

Eu quero ouvidos essa noite, eu não quero conselhos, não compreensão.
Eu quero um soco na cara e um posterior silencio pra me confortar a alma, porque o corpo não me importa nem um pouco.

domingo, 14 de março de 2010

Não tenha, seja! Agora, não depois!

Eu olho com bons olhos, e vejo muito mais do que tem pra ver.
Não tenho direito, muito menos confiabilidade pra aconselhar.
Mas tenho um pequeno conselho, principalmente pra pessoas que jamais verão essas palavras.

Não espere as coisas acontecerem!
Chega de planos, chega de comer a mesma comida todos os dias e tentar convencer a língua que o cardápio é infinito.

Eu lembro daquela frase do Morpheus do Matrix quando Neo estava lutando pela primeira vez.
“Para de tentar me acertar e me acerta”
Porra, vamos parar de tentar viver e viver?!

Chega de pensar nas estatísticas, esquece essas previsões e provisões ilustradas em plano Cartesiano.
Preparar e fogo!Apontar que vá para o inferno junto com esse monte de gente que vai passar a vida toda esperando o momento ideal pra existir.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Eu aposto no sete, pela sétima, vezes a sétima vez.

Eu vivo apenas pelo seco temor que me toma de ponta a ponta a espinha.
Vivo pelo respeito que tenho por cada cicatriz, e principalmente pela idéia de sabor inigualável que cada uma delas idealiza o tentar mais uma vez e conseguir.
Agradeço por cada porta que se fecha, por cada verso que alguém dispensa, por cada olhar escarrado de desdenho, por cada encerramento precoce, por cada vez que juro frente ao espelho e logo me rendo ao vício mais uma vez traído.
Não há uma mão que move os fios, existem tentativas de superação, inquietação e inconformismo, anarquia espiritual, desprendimento do real, porque o abstrato não tem forma, e nem limites!

segunda-feira, 1 de março de 2010

A cada hora que passa envelhecemos dez semanas.

Você se olha no espelho, numa possível quinta-feira e só vê alguém com uma barba mal feita, olheiras profundas e escuras, cansaço, tédio, não aquele tédio típico do domingo, mas um tédio que se anuncia, um espaço por dentro do corpo, e pior do que esse espaço é não conseguir juntar forças pra procurar algo que pudesse ocupar esse espaço.

É achar que tudo está longe demais pra valer a pena ir buscar.
“Valer a pena”, eu tenho sido chato batendo nessa tecla sobre os ouvidos das pessoas.
E me perdoe à brincadeira, mas não tem valido a pena.

Foi ruim ter que passar semanas após semanas, comendo o pão que o Diabo cagou, sem ter um dia de show pelo menos ao mês pra poder gritar “Dorr, claro isso é só mais uma dorrr”.

Tem sido difícil aceitar que a vida caminha da forma que todos os adultos diziam quando éramos crianças, e pior do que tudo isso é sentir queimar os olhos por dentro, essa angústia que eles preferiram nos isentar de saber.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A ultima música.

Terei eu sido presunçoso de tal forma?
Que hoje fito lado por lado e sempre me deparo com o lado mais interrogativo do lado.
Só e sozinho.

Se eu tivesse o poder, precisaria voltar, pelo menos nos últimos 5 ou 6 anos.
Manteria minhas virtudes, dispensaria sem hesitar meus vícios.
Agarraria das formas possíveis o puro poder que tem as esperanças de um garoto ingênuo, que faz seus planos sem se basear nas possibilidades reais do êxito.
“O que existia alguém fez perder, por ruas que tão rápido não consigo ver, o rádio grita por atenção e as ruas passam, me deixa descer, só me deixa descer, que contar os passos ainda me faz tão bem!”.
Era só isso que eu queria dizer, “me deixa descer”.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Pra sempre eu.




Eu mudo do verbo mudar.
Deixei de usar apenas Allstar, até Nick estou usando hoje em dia.
Eu deixei de ter medo de tirar foto, sei lá, existe muito merda nesse mundo pra eu querer fazer imbecis felizes me ocultando.

Eu mudei, e isso constante.
E de forma alguma isso me envergonha.
Não sou fiel, eu traio e me faço de vítima, porque eu gosto de fazer gente imbecil de imbecil, me faz feliz me senti o justiceiro (risadas), não é justo essas pessoas serem vistas como o que elas querem parecer ao mundo, alguém precisa saber que eles cagam embaixo do tapete e jogam bom ar pra disfarçar.

Voltando ao texto, eu mudo, mudei e estou mudando.
Mas ainda sou ímpar as opiniões, não preciso de passaporte pra qualquer grupinho, tampouco da autorização de qualquer um pra existir.
E eu sinceramente desprezo profundamente quem sede a opinião publica.
A única bandeira que ainda vale a pena segurar é essa que declama aos quatro cantos “Eu...sou eu, independentemente...”

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Não há frequencia? Prova!

Ela disse que eu sempre escrevo coisas tristes,
ora, o que é triste eu escrevo, eu esqueço,
o que é feliz eu vivo e é sempre perfeito!

Deixa a água pútrida escorrer de volta ao lar, porque esse cheiro
de decomposição não me pertence.
Ainda não, ainda estou aqui, me atirando aos becos procurando o lugar onde
essa peça se encaixe da maneira mais perfeita possível.

Então estou no beco, buscando os sinais das antenas sem freqüência, e ao
mesmo tempo tentado fugir desse gosto de brincadeira repetida.
Vai vida, segue, segue como se existisse um porque de seguir.
Segue fingindo que há sinal.

Que apenas isso ja me faz alguém feliz.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

00:55 Mo


Se eu disser que desisto, jura que me entende?
E nem vai perguntar absurdos do tipo “Você pensou direito sobre isso?”
Faz anos que não durmo direito, e esse mesmo tempo eu tenho sustentado vícios, mentiras e ilusões que me enjoam em todas as manhas de segunda-feira.

Ainda que eu fosse eterno não acharia palavras, expressões físicas ou melodias que conseguissem explicar o que é exatamente isso.
Só sei que sinto meu amigo, sinto e não me sinto muito bem.
Tenho assistido, e assistindo eu não me sinto muito a vontade.

A distancia que existe entre o correto e isso que eu tenho feito, é tão distante quanto as chances que não terei mais, e eu sei, eu não terei mais.

Eu tive tempo suficiente pra pensar, repensar e pensar novamente sobre isso.
E a conclusão foi tardia como de praxe.
E o gosto foi vazio como a imensidão que meu ser encontra nesse corpo, que por sua vez nada vê no horizonte conturbado de vista semi acordada.

Foi tardia, é só isso foi o bastante.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Minha vida química. (A continuação)

Quando eu era garoto e tocava numa banda, agente sempre saia dos shows tristes, pelo show ruim, e acho que principalmente por que dava pra ver que a nossa opinião era de fato unânime.
Depois de tanto ouvir as pessoas dizerem “ahh ta muito legal um dia vocês vão chegar lá”, sei lá a coisa até foi melhorando, anos e anos me fizeram chegar a conclusão de que não melhorei nada, mas aprendi que em qualquer coisa nessa vida você precisa estar certo antes.

Dificilmente você vai conseguir convencer alguém se ainda não estiver convencido.
Sei lá. eu podia ser emo, feio, patético, bêbado, mal vocalista, letrista ou guitarrista, mas cara, era a minha química saca?
Talvez a sua química esteja em um carro bonito, ou em uma namorada bonita, a minha era essa, era a hora que fazia as outras horas valerem à pena.

Ta bom, ta bom, eu sei que centenas de pessoas nesse mundo vão se identificar com a sua química, e 99% delas me achariam um idiota por pensar nessas coisas.

Fica na platéia, de mãos dadas com uma princesa, pega seu Mercedez, que eu vou descer do palco, encher a cara de cerveja, juntar os trocados amassados, chamar um grande amigo pra tomar mais uma, vou chegar em casa rouco, alguma plebéia vai me ligar, dizer que adora musica “tal” e depois que sou muito especial.

E depois de tudo, um dia depois você estará reclamando do trabalho que te exige muito, a princesa vai te deixar preocupado 24 horas por dia, por todos os outros carros fodidos de caro que passam na rua e podem chamar a atenção dela.

Cara, eu vou de metrô, ouvindo Iggy Pop, subindo a Augusta, fumando um cigarro.

E a minha química nunca me deixa!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Goes.

Não possuo um denominador comum...
Isso às vezes me assusta.
Durante a semana, durante o final de semana e aos feriados.
Eu não encontro lugar.
Às vezes no bar.
Mas ai toca música ruim, e então não existe lugar.

Sei lá, o que acontece?
Quem explica?
A maioria muda, e é sempre o bar, o bilhar, os trocos amassados, e eu me sinto sempre o mesmo.
E as teorias dos que vivem o crepúsculo não me convencem do conto de fadas.

Tem os filhos da puta, que com meio sorriso conseguem tudo que gente como eu comem pedra e limpam os dentes com arame farpado pra conseguir.
Por isso não vale o esforço.
Facilmente tudo se compra, até curso de bilhar.
Até ser foda se mil pessoas dizerem que você realmente é.

Esse texto não tem objetivo, estou bêbado, caçando tecla nesse notebook de merda.
O álcool nunca dura o tempo necessário, as pessoas são o verdadeiro asco da existência.
O sentido é a mentira do Nietzsche.
Talvez a imbecilidade da moral por ele também.

No final sempre estão os pensamentos, geralmente sozinhos, assistindo control.
Querendo entender o real sentido de manter algo quando “O que era bom não funciona mais como antes”.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Tentativa e erro, ja chamou de amor mais de 1500. (Título rimado e descarado)

Tentativa e erro,
Erro e conseqüências,
Conseqüências e gente puta da vida.
Tentativa e erro...
O ciclo começa com esperança e termina com desculpas.

Do que chamar uma tentativa onde o erro é elementar caro Watson?
Suicídio?
Dramático de mais eu acho.

Você sabe o que vai dizer, o que vai ouvir, como vai agir,
quando vai se sentir péssimo e quando vai fazer alguém se sentir.
Sabe que vai jogar cereais no leite vencido pra ver se da pra encarar.
Mesmo sabendo que quando passa o prazo de validade, é melhor deixar pra lá.

Tentativa e erro...
Joga os cereais, toma, intoxicou de novo e alguém vem e te chuta enquanto está vomitando ao chão.
É elementar caro Watson?
Caro Watson?
...

Levante-se do próprio vomito!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Qual é o seu verdadeiro lugar?

Eu ando nas ruas sem lugar pra ir. Sigo o coração que está sempre penso pro mesmo lado.
Estile frio de aço, de precisão, mas impreciso no decifrar milimétrico dos sentimentos de um garoto esquecido.

Não é drama, é um filme chato, livro de um personagem só, que em qualquer rua paralela a rua reta encontra uma placa de sem saída.

Tem dias que eu acordo com o peso do mundo esfarelando meus ombros.
E se alguém soubesse, e se esse alguém amasse qualquer coisa que sobrasse no reflexo de Narciso, e se esse “qualquer coisa” fosse um pouco de mim, alguém me ajudaria muito a me manter em pé.

Ostentação.
Que prazer existe em possuir o que algumas pessoas gostariam de ter?
E que poder maligno tem isso pra destruir a inocência das pessoas?

Vocês chamam de evolução, ainda acho que se assemelha a ereção, no auge por alguns instantes, depois volta pro seu verdadeiro lugar.