quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Quanto mais repousamos de joelhos, mais nos esquecemos como andar.

Quanto mais você vive, mais coisas você vê, quanto mais coisas você vê, menos coisas tem o poder de te impressionar. Minha memória menor que curta me favorece, esqueço os triunfos e não me auto satisfaço deles, não mais, as derrotas? Demoram um pouco mais pra evaporarem, mas se vão, abrem caminho e assim como corpo em decomposição numa terra pútrida desaparece aos pouco, e torna aquela terra melhor.

Meu único ódio, meu único rancor é contra a máquina, embora as vezes me falte paciência com quem aceita ser apenas engrenagem, mas a máquina é quem devora sonhos e regurgita ácido em nossas bocas sedentas, o suficiente pra continuar, somente pra continuar, pra vender o sol das nove da manhã, pra trocar o despertar silencioso dos olhos que abrem totalmente saciados, por operadoras de celular e banda larga.

Todo dia eu penso em anarquia, eu penso em gente morrendo a favor de gente! Não por Deuses, não por dinheiro ou status, eu penso que já fui mais mal tratado no hospital com o braço quebrado do que um cachorro num pet shop com o pelo pra ser tosado. E eu tenho que aceitar, tenho que aceitar não passar por ruas onde drogados impõe sua própria lei, te mete uma bala na cabeça por causa de um fone de R$ 6,00.

Quanto mais você vive, mais você quer viver confortável, intocável, invisível...