segunda-feira, 4 de março de 2013

Jogar não faz de mim um bom jogador.

Só há um receio em algo idealizado usado todos os dias em benefício próprio, se um dia inesperado estiver em suas mãos... Ali... Concreto, tangível, imperfeito e impreciso. Não posso sequer compartilhar uma rápida refeição do dia com essa idéia. Estou viciado em idealizar, em gastar meu tempo, dinheiro, suor, sono, respeito e dignidade esperando por algo, algo que pode me entristecer uma noite, mas ainda sim, exige que eu faça todo o possível por mais um dia, só pra continuar esperando... É o meu tabuleiro de xadrez montado no fundo da minha cela individual, derrubo os peões, mas não toco nas torres, já derrubei até um bispo claro com um cavalo escuro, mas jamais me aproximei da rainha... Desconheço a minha pena... Então os peões voltam ao tabuleiro, e o jogo recomeça, sem pressa, saboreio o dia... Idealizo a rainha... Certo é que jamais o rei estará em check... Pelos bispos que aconselham o rei, pela felicidade segura de minha rainha e pela própria manutenção dos meus dias.