quarta-feira, 22 de setembro de 2010

PANIC

Só de suspirar ecoa...
Deixo os remédios intocados, melhor ataques de pânico do que nada.
Um horizonte que não termina, uma marginal travada, isenção total de realidade, não venta nem chove dentro do ônibus, e eu não sinto nada, só ataques, sem intervalo lógico de tempo, só vem, angustia ainda mais, e se vai...
E eu sinto que deveria pedir que ficasse, ao menos alguma coisa ficaria...
Eu e mais alguma coisa.
Alguma coisa e eu.
Só de suspirar ecoa...

domingo, 12 de setembro de 2010

O lote perfeito.


Na TV eles estão elegendo como as melhores bandas de rock do ano, bandas que não tocam rock. Domingo aperta o coração tão forte que foge por seus dedos intangíveis.
Na mesa do jantar se fala sobre a comida, a mesma do meio dia, seguido de uma análise minuciosa da sobre mesa.
O resto do mundo faz exatamente tudo pra se chamar de resto do mundo, cuidam das suas vidas, da saúde, do afetivo, do financeiro, um fluxo... tão natural quanto aquele balanço do barco no mar que causa náuseas.

Eu juro que tento, mas não encontro um lugar onde me encaixo, de forma natural, nem por uma faísca de segundo.
São ambições que não consigo ter, sentimento que nunca consegui ter, e todo dia eu continuo tentando, quando eu digo “vamos, vai ser legal”, ou “eu vou mudar”, eu só queria que soubessem que não tenho um pingo de fé, nem de esperança, não aqui, não nesse lugar, onde tudo para de funcionar, e o ditado mais religiosamente seguido é “A ocasião faz o ladrão”, ou da minha caixinha de frases na mente, “Tudo tão circunstancial”, o amor que se adapta as limitações de quem ama, os problemas que crio pra ter que criar soluções.

Eu peço um perdão sincero, não sinto prazer em forjar, é só meu direito de tentar me igualar, de ficar bem como todos que não perderam seu tempo precioso pra escrever o que sentem.
A vida é vivida e não escrita, certo?
Então acho que preciso melhorar muito minha atuação...
Da um gole, um sorriso.
Da um trago, um sorriso.
Da um beijo, um sorriso seguido do abrir propositalmente vagaroso dos olhos.
Felicidade... é a pretensão atrás de tudo que se pretende.
Então devo ser feliz já que nada pretendo.

domingo, 5 de setembro de 2010

Eu quero poder dizer sempre sim, is my transmission.

A minha carência vem das noites em que todos desejam o descanso eterno no profundo silencio da casa, onde outros dormem e a vida nunca se recicla.
A minha necessidade é superar o que parece tão necessário a ponto de limitar um horizonte na visão, e transformar numa viela escura de um bairro desconhecido.

Hoje tudo busca ser compacto, versátil, uma bagagem infindável de cultura, bilíngüe, tatuado por Picasso, a rebeldia que a mesada não pode conter, um moicano de R$ 500,00 feito pelo Jassa. Mas quer saber, eu não me importo, não criei nenhum movimento, e não sou dono de nada além das minhas atitudes.

E ainda no meio da fumaça, das luzes e batidas remixadas, da rebeldia ponderada eu vejo um horizonte que não quer terminar, eu sinto o sabor fresco das possibilidades, e isso já me basta pra tentar.

“No language, just sound, is all we need knowTo synchronize love to the beat of the showAnd we could dance”.

No language.
Just sound.
No language.
Just sound.
No language.
Just sound.