quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Quanto mais repousamos de joelhos, mais nos esquecemos como andar.

Quanto mais você vive, mais coisas você vê, quanto mais coisas você vê, menos coisas tem o poder de te impressionar. Minha memória menor que curta me favorece, esqueço os triunfos e não me auto satisfaço deles, não mais, as derrotas? Demoram um pouco mais pra evaporarem, mas se vão, abrem caminho e assim como corpo em decomposição numa terra pútrida desaparece aos pouco, e torna aquela terra melhor.

Meu único ódio, meu único rancor é contra a máquina, embora as vezes me falte paciência com quem aceita ser apenas engrenagem, mas a máquina é quem devora sonhos e regurgita ácido em nossas bocas sedentas, o suficiente pra continuar, somente pra continuar, pra vender o sol das nove da manhã, pra trocar o despertar silencioso dos olhos que abrem totalmente saciados, por operadoras de celular e banda larga.

Todo dia eu penso em anarquia, eu penso em gente morrendo a favor de gente! Não por Deuses, não por dinheiro ou status, eu penso que já fui mais mal tratado no hospital com o braço quebrado do que um cachorro num pet shop com o pelo pra ser tosado. E eu tenho que aceitar, tenho que aceitar não passar por ruas onde drogados impõe sua própria lei, te mete uma bala na cabeça por causa de um fone de R$ 6,00.

Quanto mais você vive, mais você quer viver confortável, intocável, invisível...

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Esperança é só saliva na boca do tolo.

Esperança... palavra de uso bastante comum, abstrato que é mais conhecido do que muito concreto, é usual como se cita o nome de um amigo na mesa do jantar “A esperança isso, a esperança aquilo”... Eu nunca fui preso, mas imagino que a sensação mais obvia deve ser no primeiro momento querer fugir, você não come e não dorme nos primeiros dias, observando atentamente a cada canto por onde seria possível uma fuga, se perde dias, meses, pra alguns até anos dessa forma. Só que acho que chega um dia em que naturalmente algo muda, e então é mais interessante tornar aquele lugar o mais confortável possível pra se viver, então você se dedica a forrar com roupas o colchão que é muito duro, cobrir a janela onde o sol te acorda toda a manhã, ter bons livros pra ler até a hora em que as luzes se apagam , ter uma hora pra fazer umas flexões, uns abdominais... sei lá... E a esperança? E a liberdade? E tudo aquilo pelo que passamos dias e mais dias almejando com todas as forças? Se tudo se supera, se ninguém vale o seu esforço, se tudo sempre passa... O que realmente vale a pena? Conforto? Estadia?

Esperança?!

sábado, 17 de setembro de 2011

Hebreus 11:1

Eu não quero saber que ela está bem, que está ganhando muito dinheiro numa empresa grande porque sei que ela é inteligente pra isso.
Não quero saber que ela está planejando viagens ao exterior para aperfeiçoar outras línguas, tampouco viagens românticas para Paris, Roma ou Madrid.
Não quero saber se o futuro marido dela é um cara ótimo, de boa família, trabalhador, que assim como ela é inteligente, bonito e bem de grana.
Sei lá cara... Eu me esforço ao máximo pra não ter crises enquanto ando durante o dia pra ir as “aulinhas de inglês”, é como se eu estivesse ainda lutando por coisas básicas, tipo aprender a andar. É assim que eu me sinto as vezes...metódico... é assim que eu me vejo, alguém que parou no tempo e que hoje mal consegue subir as escadas do prédio sem ter que parar, parar e esperar, e implorar por algo que eu nem sei mais o que é.
E eu tenho me sentido tão velho... E tem o lado onde todos tomam vinho e conversam e dão risadas, eu já não consigo mais rir com eles, então me sinto mal, do outro lado eles estão na noite cheirando cocaína e transando enquanto a suas almas estão fora de seus corpos, eu me afasto deles porque me faz mal só de estar perto.
Regressão...
Eu não consigo mais me ver tocando, fechando os olhos e com mil vozes cantar um refrão...
E sentir que passei por tudo só pra sentir essa sensação nem que por uma vez na minha vida.
Eu nem sequer consigo pensar no eterno plano B, não consigo mais imaginar como seria a tentativa de cuidar de alguém tão bem como cuidaram de mim, porque fizeram de tudo, e tudo que eu consigo é retribuir com um sorriso amarelo pra fingir que eu estou bem, mas eu nunca estive.
Eu limitei meu espaço, agora não caibo e ainda sobra espaço. Espaço de tudo que se foi, eu não estou nem ai com dinheiro que perdi, coisas que vendi e me pagaram um terço de seu valor, ou coisas que me roubaram...juro eu não ligo... Mas eu ficava ouvindo música no ônibus e fica pensando como seria tocar num festival com aquelas bandas, como seria viajar e só pensar na música, sem mais preocupações. Eu conseguia imaginar quando eu assistia um romance como me faria bem aquilo, se fosse tão perfeito, se eu pudesse fazer tudo por alguém sem ter medo de estar desperdiçando algo... que pelo amor de Deus... o que eu poderia estar perdendo??? Quando eu via um jovem casal entrando no ônibus com uma garotinha eu pensava que eu um dia seria assim, que eu poderia ser responsável, poderia ser exemplo, poderia viver em função delas e ser um terço do que meus pais são, e passar semanas feliz da vida porque ela fez um presente de dia dos pais na escola pra mim, daqueles que antigamente agente vazia com madeira e tinta guache... já pensou nisso? Ser tão feliz por algo tão banal? Deve ser lindo. Deve fazer valer a pena. Deve ser o motivo pelo o qual muitos sofrem.
“Deixai toda Esperança, ó vós que entrais!"
Parabéns mãe, é uma linda criança saúdavel.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O título original não cabe aqui, então vem logo abaixo.

Embaixo de uma ponte no centro da cidade se avistava uma janela, num prédio alto um casal trocava taças de vinho tinto. Céu e inferno comicamente divididos por uma ponte suja com um nome de politico morto.


Estou de volta ao espaço, onde o corpo despenca como meteoro esperando por impacto, onde não tem amparo, não tem vontade nem dedicação, tampouco outrora devoção. Sempre pareceu inverno, daquele desconfortável até pra respirar, eu não sabia que um dia iria piorar, e até as pequenas pretensões e antigas distrações não me manteriam mais, e eu nem essas pequenas coisas pude manter ao meu lado, aliás, o que ficou ao meu lado? Se a base de radicalismo extremo eu fui levando dia após dia como alguém que eu gostaria muito ser, mas não sou, não era nem nunca fui. Mesmo assim eu disse que não ia me importar por duas ou três vezes, disse que não valia a pena insistir por umas 4 ou 5 vezes, e prometi mudanças de 75 a 100 vezes pelo menos que eu me lembre. Até os piores dentre os piores que conheci ainda voltavam pra casa e almoçavam em família, até os demônios que conheci temiam o que não conheciam e me contavam sussurrando sobre seus medos, eu não, nunca disse nada, e o que disse foi só o que vazou pelas minhas pálpebras, rolou pelo meu rosto e explodiu em algum lugar que nunca mais eu vi, ali no mesmo lugar onde perdi, parte do que alguém um dia adorou em mim, e tudo que me fazia sentir, puro, simples e adoravelmente apenas mais um, dentre peças perfeitamente encaixadas, ou pelo menos mais próximas disso do que agora.

domingo, 14 de agosto de 2011

Não me deixa aqui.

- Quando você bebe você perde a graça.

- Eu achei que não tivesse graça.

- Mas tem, mas faz de tudo e de todas as formas possíveis pra não ter.

- hum... (Eu queria ajoelhar, pegar a mão dela e dizer “Me ajuda! Por tudo que valha a pena nesse mundo, me ajuda! Porque estou me desintegrando aos poucos”).
Sei que ela me acharia louco, diria que mal me conhece, talvez não me diria nada, só me jogaria ao vento, junto com memórias recentes e sentimentos que ainda lhe fazem chorar com comédia romântica... Mas é que hoje eu queria tirar de mim esse fardo, dividir, renunciar, ser soterrado, tanto faz... qualquer coisa que não me deixe mais sentir, medo.

domingo, 3 de julho de 2011

Dezembro a Dezembro.




Ontem eu tinha 18 anos e eu achava que teria a vida inteira pra realizar, é como quando você percebe que está viciado, e então você pensa “Quando eu for mais velho eu largo o cigarro”, você finge que tem o poder sobre algo que você não tem, parece que agente sempre se engana que vai ter tempo pra realizar tudo que queremos, então não há problema em deixar pra depois...

Durante os últimos dez anos se bem me lembro, eu tenho deixado pra depois, porque eu tenho a vida inteira pra isso, mas o fato é que não sei... talvez eu já gastei mais da metade... talvez não haja muito tempo e seja até tarde mais... e nada será retroativo, o que derramou, derramou...mas prefiro apreciar o que restou e esquecer que um dia houve muito mais.

Cada vão segundo passado... Me faz uma falta tão grande que me atrapalha com o seguinte. Sou assombrado por uma sensação terrível de mal uso de um tempo que não é só meu...SOU EU, É VOCÊ, É ELA... e agente não faz questão nenhuma dos nossos farelos despretensiosos que se vão de dezembro a dezembro.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Por autodestruição eu lutei e ainda bem... eu perdi!

Eu acho que as vezes até o Diabo teme o sentimento humano...

Eu vi o que eu próprio escrevi em cadernos velhos, e pareciam bem mais profundos que essa poça que esconde meus calcanhares, como sobreviver no raso? Se inocente busquei a superfície...se arrependido sinto saudades da visão embaçada, do sal e da vida que existia, no fundo duma empatia que qualquer jovem possui, mesmo um aspirante a errante profissional, mesmo eu que sempre achei que seria Peter Pan muito mais herói que o Superman. A intensidade não é mais pra mim um buraco que nunca se chega ao fim, e que nunca se soube que jamais teria um fim, então só se esperava, enquanto caia, com o peso de uma responsabilidade totalmente ignorada amarrada aos joelhos... Responsabilidade pesada de ser, o que jurava ter nascido pra combater, mas os vermelhos nunca existiram... e você acorda...como o amigo oculto, ameaçando a você mesmo, porque no final, só foi você mesmo, e uma história inventada, de personagens idealizados, de amigos imaginários, de cenário removido e iluminação fraca, num vazio escondido na percussão do taco do palco e o sapato, acho que pela primeira vez em alguns anos não tenho nada pra me queixar, porque assim como tudo que foi dito, assim como corte, sangue e dor, naturalmente como nasce, desenvolve e morre, isso é exatamente o que posso chamar de normal.

domingo, 15 de maio de 2011

Diálogo e descrença

- Você não é muito de falar né?

- Até sou, mas acho que seria inevitável que eu falasse algumas coisas imbecis, como a maioria dos outros homens eu me comporto como um imbecil na frente de uma mulher bonita.

- Mas a maioria dos outros homens nunca diz isso.

- É porque estão ocupados tentando ser foda pra você.

- Você não está? Porque estou impressionada!

- Eu também de certa forma... Apesar de você já ter feito “isso” algumas vezes, você parece tão confiante em dizer que um estranho novo é melhor do que qualquer estranho que você já tenha conhecido.

- Você acha que estou errada? Você é um estranho igual a qualquer outro?

- Você pode apostar todo seu dinheiro nisso! O que acontece é que eu sei o que você está procurando, é algo especial, que te da coragem de sair de casa e procurar, embora nunca tenha visto, e só ouvido suas amigas falarem, e então você pensou que isso fez delas pessoas melhores, e por fim, você quer ser alguém melhor. Mas não sou nada especial, e você só vai se decepcionar um tanto mais.

- ... Deus do Céu! Você é a pessoa mais honesta e maravilhosa que já conheci em toda minha vida! Eu preciso de você, minha vida acabou de fazer sentido a partir desse momento! Não sei mais existir sem você.

- Acho que nunca fui honesto em toda minha vida, não diga besteiras! Quer saber... já cansei de tudo isso, até mesmo loucura e carência tem limites, e outra, minha cerveja acabou! Eu tinha esperanças de uma transa legal, numa noite lamentável como essa seria algo pra compensar o tempo que gastei nesse lugar, cheio de gente domesticada e doses de Whiskey três vezes mais caras que um bar normal.

- Certo... Eu entendi tudo... só quero que saiba que pra sempre você será especial para mim, e pra sempre te amarei!

- E eu só quero que saiba que vou te odiar pra sempre por ter pago R$ 8,00 numa Long Neck.

Quando ela chegou em casa limpou o rosto, e dormiu, profundamente, como a certeza de que sempre sentiria isso, e sempre sentiria vontade de sentir, de novo, e de novo... quantas vezes fossem necessárias.

Ele acordou num bar, vazio, com a TV ligada passando um programa rural, se sentiu nauseado, inútil, uma peça velha que não funciona numa engrenagem que trabalha sem cessar, e então foi embora pra casa.

E no final talvez os valores se invertam... e quem decide nunca foi exatamente livre pra tomar escolhas imparciais, talvez só obedeça suas próprias razões... E quem pode se rebelar contra as ordens da própria razão? Eu não... sei...

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Quando dois mais dois é cinco e ainda sim parece ser tão normal...

Uma nova religião...
Um novo amor...
Um novo carro...
Uma nova profissão...
Uma nova casa...
Pra tudo que se foi tudo também é novo...O velho trabalho tem um novo funcionário, o velho amor tem um novo amor, pra velha casa um novo inquilino e até o carro velho é chamado de “novo” por alguém orgulhoso. De abstrato a ácido oxidado... É só poeira que some no vento do tempo, não significa nada... é só ciclo, com a naturalidade que se enterra os corpos das pessoas e as visita anualmente num feriado. Naturalidade... Não há nada entre terrorismo, catástrofes naturais, epidemias, estupros ...guerras... que possa contrariar isso... é manchete pra jornais, assunto pra café de empresa, fórum de debate intelectual e estudantil, é motivo pra rezas e orações, motivo de revolta e pra alguns, inspiração pra outros... E você vive o suficiente pra reagir mal a tudo isso no primeiro momento, e voltar a se ocupar com qualquer outra coisa depois... com naturalidade... o lema é “a vida continua” eu lamento muito por isso, por jornais sensacionalistas, por feriados pra juntar família separada, pela importância que damos as coisas que valem bem menos que nós mesmos, pela raiva que da daquelas pessoas que aparecem no programa evangélico com um sorriso tipo Joker, enfiado na cara com uma faca, porque se nessa terra sem lei tudo é tão controlado a ponto de todos nós insetos agirmos uniformemente... como deve ser o céu e o inferno?
Se tudo isso não fosse assim...
“Eu seria o apanhador no campo de centeio, as crianças brincariam no campo, e eu apenas estaria ali, próximo ao abismo, pra apanha-las e devolve-las ao campo... eu seria o apanhador no campo de centeio.”

domingo, 10 de abril de 2011

Eu passei as ultimas semanas tentando explicar como tenho me sentido, não mastiguei quase nada, mas o vomito foi longo.

Eu estava com medo de sair, sei lá... era noite... eu estava sozinho, com algumas dores, suportáveis, mas que ainda sim incomodavam. Havia o risco de ser assaltado, de apanhar, de morrer não sei... e estava sem expectativas, eu só iria beber, e por dose de whiskey seria quase 3 cigarros, no outro dia seria dor de cabeça, corpo pegando fogo e pulsação tipo bumbo de trash metal. E ai eu ia ficar com o telefone do lado, caso precisasse ligar pro SAMU ou pra um amigo com carro me levar ao hospital, pra ouvir que estou bem... e posso voltar pra casa. Eu queria sair, mas pensei nisso tudo, lentamente, pensei na aula do outro dia, como as pessoas me olham quando estou disfarçando contando minha pulsação olhando num relógio, tipo só pra ter certeza se é uma crise como sempre ou estou mesmo morrendo, até isso eu penso, em cair de uma forma não tão ridícula, eu sei que eu estaria morto, mas ninguém quer cair morto tipo de quatro, ou com os olhos virados, tipo branco sabe? É eu tenho pensado nisso... eu não sei bem como dizer isso, mas acho que pensar mesmo...é só nisso que tenho pensado, ocupando a mente de trabalho e nem lembro mais o que estava fazendo por mim, tipo pra minha satisfação, minha felicidade como um ser humano. Acho que não estava fazendo nada, talvez por isso eu não lembre, é que as vezes eu acho impossível explicar pra alguém o que se passa, então eu faço isso que falei...penso no que pode mudar, melhorar ou simplesmente acontecer, e sei que nada vai acontecer, mesmo que alguém conheça a verdade, e me de embrulhada num papel, com um lindo cartão, pra mim não muda nada, mesmo que digam o que quero ouvir nesse momento, mesmo que o jornal fale sobre guerra, fome, terroristas religiosos, fama, dinheiro, sociopatia... sinceramente... eu não me importo, eu não posso mudar, e não consigo pensar num mundo sem isso, sem jovens diretores explicando dados financeiros numa sala abarrotada de gente que não liga pra porra nenhuma dessas que eu disse, mas que aplaude sorrindo quando ele diz “faturamos o dobro do ano passado”, eles querem sair, transar, gastar dinheiro, usar cocaína, passar o final de semana numa praia deserta com o amor pra vida toda, ir pra uma balada eletrônica e transar no carro depois, querem comprar motos potentes e andar pelas ruas do interior, comendo a esposa do amigo sábado anoite, rezando com ela na igreja domingo de manhã. Cada um desses são pessoas que conheço e pensei nos últimos 15 segundos, esses são os motivos de cada uma delas, pelo menos o que mais eles falam e mais parecem empolgados quando estão falando. Mas nada disso me empolga, e por nada disso ou qualquer outra coisa tenho me esforçado, se há uma pequena chance de dar errado não tenho tido vontade de tentar, porque eu sempre acho que não vale a decepção...juro por Deus! Eu não corro atrás de nada! Nada mesmo, pode ter um caminhão de dinheiro na minha garagem... eu sempre vou pensar nas escadas que vou ter que descer, como vou trazer para o apartamento, como vou guardar, e em quantas viagens teria que dar com baldes pra trazer a grana. Se meu vizinho do lado fosse lá buscar eu provavelmente ficaria na minha porta, fumando um cigarro, encarando ele e pensando que há gente que se submete a tudo por dinheiro. Como os caras que fazem uma força desgraçada pra serem engraçados quando estão perto de uma mulher bonita, ou que esbanjam o que tem de melhor tipo “Eu luto Jiu-Jitsu e estudo educação física no Mackenzie, eu escrevi um livro sobre filosofia em 16 línguas a mão, porque desprezo o monopólio da Microsoft nos países de terceiro mundo, eu luto pelos direitos civis dos animais ontem mesmo matei meu pai enquanto ele assistia o jornal nacional e comia um pedaço de pizza de calabresa”, e a garota analisa, as vezes esnoba, mas normalmente pra esses caras tem aquele ditado “o não você já tem”... mas um dia vai dar certo... por excesso de tentativas... eu por talento mesmo, eu não sei. “My idea of fun is killing everyone”. Eu gostaria de fazer o que tenho que fazer nessa vida, passar por ela como esses cagões que vão ao hipermercado de chinelo, com carteira e chaves na mão, com cara de rabo ou lado da mulher com cara de rabo também...acho que até pra transar eles devem fazer aquela maldita cara de rabo. “Just do it”. Eu me fudi mesmo, eu tento não pensar no resultado de tudo...mas me condenei porque sou um idiota de primeira... mas fica um conselho... não pense... faça essas merdas que você precisa fazer pra se sentir aceito, feliz e completo. Pense sobre isso, não muito, sei lá... é...não pense em nada. “just do it” se uma banda de merda diz isso... apenas faça! É um bom começo.

domingo, 13 de março de 2011

Estou certo de que é disso que preciso.

Eu tenho andado de olhos fechados... eu fiz de tudo pra poder ter tempo pra tudo que me importa, eu não quis apenas preencher meu tempo, mas é o que tenho feito, errado e errando de maneira as vezes até consciente.

Eu sempre achei que não houvesse nada que não pudesse fazer, que não pudesse conseguir, lugar onde pudesse entrar e depois sair. Sempre me achei tão capaz de pensar e tornar meu pensamento uma chave pra abrir passagem... Não que me achasse bom em e algo, nunca fui fã de mim mesmo, mas sempre soube sair das fossas em que eu acabava me enfiando.

Eu tive tanta certeza quando ouvi “Heart shaped box” numa fica K7, tanta certeza quanto trabalhei como escravo com 12 anos pra comprar uma bateria e fazer uma banda, certeza que tinha sobre os planos que fiz... A certeza que existia em dois acordes... A certeza que podia me encher de tatuagens e trabalhar para o resto da vida num caixa de mercado do bairro, gordo, careca e com câncer terminal nos pulmões, mas ainda sim estar feliz.

Claro...alguém vai dizer...”não temos certeza de nada nessa vida”... e ainda sim você parece estar absolutamente certo sobre isso....... Mas não espero nada além de contradição desse mundo, ironicamente, o que parecia certeza foi traído, e então nos contradizemos... E não condeno de forma alguma isso...só quero me contradizer... só quero ter alguma certeza pra voltar a me contradizer.

sexta-feira, 4 de março de 2011

“Quem disser que a solidão não planeja seus golpes desconhece-lhe os fins”.

Eu escrevi dois textos sobre coisas que não quero falar... Apaguei ambos... Já me sinto melhor, não quero falar, não quero que falem, não quero pensar nisso. Mas fiz questão de dizer que eles existiram, e ainda não sei bem porque... Acho que é porque de fato existem...Em mim. E aqui não posso apagar, e não posso reescrever nada... Nem escolher as palavras certas. Eu me lembro quando emprestei pra ela a “Valsa de águas vivas” ela me devolveu e disse que não gostava daquilo, eu disse brincando que ela era muito chata... E só tinha pensado que esse disco me fez passar dias no meu quarto ouvindo e lendo as letras que pareciam que tinham uma a uma saídos de mim... Era um dos primeiros encontros... eu devia ter dito que ela podia odiar, tudo que fosse meu, me odiar completamente, mas que por favor me deixasse gostar dela pra sempre.

Mas não posso apagar o que escrevi dentro de mim.

“Quem disser que a solidão não planeja seus golpes desconhece-lhe os fins”.

E essa frase ja fazia sentido antes de tudo... então o que de fato é isso?

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Eu deixo minha promissora carreira nas narinas do destino.

Há um abismo profundo beirando o infinito entre o que é preciso ser feito e o que se gosta de fazer.
As vezes eu recebo alguns elogios no meu trabalho, as vezes me sinto importante por certas coisas que faço, as vezes tenho folga, sou bem tratado e normalmente essas coisas me fazem bem.
Mas sempre que durmo com o livro aberto (e percebo que li apenas duas páginas), sempre que não consigo assistir um filme que passa às 22hs ou quando estou na empresa e vejo o sol das 9 hs da manhã pela janela fechada pra funcionar o ar condicionado... Tudo acaba...e não vale nada...

E quero ser pago com prazer... como quando você assiste um filme com a namorada num dia frio e nublado, como quando se faz um show em que as pessoas sentem prazer apenas com riffs de guitarra, eu quero o prazer de ar de verdade...
O prazer da paz que as contas do mês não permite...que a falta de saúde não permite, que os telejornais não permitem...

O prazer de escrever sem minimizar uma tela de Word pra que ninguém no trabalho veja...


"Do you wanna make tea at BBC?"
THE CLASH!!!!!


sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Se essas paredes cantassem essa música não terminaria hoje.

Mudar de casa tem um poder muito especial de fazer o tempo visível. No meio de caixas objetos até então perdidos são encontrados, cadernos velhos com autógrafo de uma banda adorada depois de um show foda com uns 16 anos, um flayer de um show da primeira banda feito na sulfite cheio de erros de português, uma carta endereçada a “futura Sra. Rodrigues” com um desenho do Patolino que até hoje é a única coisa que consigo desenhar, uma letra de música escrita ao ar livre tomando vinho com amigos que mesmo depois de anos posso ainda chama-los de amigos e de irmãos.
São tantas lembranças... Todos os cômodos que se pode transar e até em lugares do terreno que nunca me pertenceram a não ser por poucos minutos (o medo de ser pego sempre apressa as coisas), no quarto que eu chorei de saudade eu chorei de tristeza, de solidão, de felicidade, de emoção com um filme comum, chorei de medo e muitas vezes chorei por causas que não faziam diferença alguma...mas se “alguma coisa agente tem que amar” por algo agente tem que fazer muita questão nessa vida.
Sinceramente... vou sentir falta daqui...acho que sou a pessoa que conheço que menos se prende a objetos...coisas são só coisas...pessoas sim valem a pena, não importa que agente se ache experiente o bastante pra descordar... E essa casa me faz lembrar pessoas que não estão mais aqui e que talvez nunca mais eu encontre nessa vida... Vou deixa-las aqui...para o próximo inquilino limpar... daqui só levo pessoas que valem demais pra mim e que farei de tudo pra que nunca se tornem meras lembranças...ahh e claro...daqui levo também um punhado de esperança e até os dentes de coragem!
Sendo sempre presente, aceitando feliz o poder do passado sobre o futuro, e pronto pra fazer do próximo dia um passado pra futuro nenhum deixar de se orgulhar.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Uma nova carta ao meu eterno destinatário.

É inevitável...eu tenho um ponto fraco que tento esconder...
Mas ele existe...e não consegui vencer-lo ainda...
Como sempre digo é fácil pensar numa fonte que cura as dores...placebo para cura idealizada de doença imaginária...Mas há uma lacuna que não quero dividir com mais ninguém...eu não quero evitar nada, e nem ser isentado de coisa alguma...pode vir...sedento de mim...enfeito meu corpo de conseqüências e saio por ai...
Tentando estar feliz o máximo possível.
E conviver com lembranças que se tornaram um lindo romance quando meu único esforço é lembrar.