sexta-feira, 12 de abril de 2013

Sexta-feira eu não sou o amor.

Você passa anos tentando ascender faíscas, mas as pedras se desgastam com o tempo, as minhas mãos doem e os dedos perderam os movimentos. Eu encho meu coração de esperança, como as palmas das mãos de água, e ambos se vão por pequenos espaços, mais rápido do que um sorriso possa encantar. Estamos todos enraizados, perto o suficiente para darmos as mãos, sentirmos o nosso próprio calor, podemos nos beijar e sentir nossas almas dançarem... mas ainda sim, estamos presos, cada vez mais fundo, cada um vai conhecendo seu lugar, e ai convenientemente cada em se abraça ao que tiver mais perto de si, por medo, por não temos forças pra caminhar na direção do intangível objetivo, e pela certeza de que mesmo num lugar tão cheio, há um lugar só seu. Não há lugar como o lar, principalmente pra quem nunca viu nada além do próprio lar.

2 comentários:

Jaqueline Salles disse...

Ótimo.
Leituras que sentimos como se estivessemos passeando entre as palavras. Assim que sinto quando leio seus textos.
Muito Obrigada por publicar.. Continue fazendo isso!!

Bjos

Tvz, Valéria disse...

Você conseguiu descrever o que sinto às vezes...
É um belo texto. Parabéns pelo belo texto.