domingo, 24 de agosto de 2008

Concreto, nada além de concreto.

Uma nuvem me persegue.
Fazendo sombra no trocar dos passos.
Eu me sinto perdido, confuso e retraído.
Repetitivamente os dias seguem...

Eu não vejo onde acaba.
E continuo com a terapia alto medicado de fingir que tudo está do jeito que eu deixei.
Andei por muito tempo contra o vento e nada conquistei e até perdi os grandes troféus que tinha na estante empoeirada.

Agora eu sou um resumo do que um dia fui.
Tão menos intenso...Tão menos seguro...
O amor desistiu de andar ao lado...
A melodia resolveu se esconder no quarto.
E até o álcool preferiu o chão...

Eu tenho marcas em meu corpo,
Que antes eram pecados venerados
E agora são apenas hematomas dispensáveis...
E prováveis arrependimentos no café da próxima manhã.

Tenho medo de acordar um dia e ver que tenho colecionado arrependimentos
Em uma caixa de papelão em forma de coração...
E nos objetos em que escrevi os nossos nomes...

Eu não sou invencível, e tive que aprender essa realidade da maneira mais difícil.
Gastando o tempo em buscas egoístas de fonte milagrosa pra curar as chagas que eu nem tinha...

São 14 ligações...E entendi bem o recado do mundo que diz “Nada existe”, justo eu discípulo mais fiel do abstrato, aprender de maneira tão brusca, que o mundo não é nada além do funk no carro que passa devagar, do anuncio de refrigerante na televisão, do jornal nacional divulgando a pesquisa do Ibope.Sei que é difícil aceitar, mas o mundo é esse relógio que não para, que não sente e que se chora é cientificamente explicável...Antigamente eu dizia...”Não tenho a ciência apenas a vida” Mas hoje eu sei que as duas são a mesma coisa. Decepcionante, eu sei.

Um comentário:

Unknown disse...

Calma João. (tudo vai passar...)