segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O título original não cabe aqui, então vem logo abaixo.

Embaixo de uma ponte no centro da cidade se avistava uma janela, num prédio alto um casal trocava taças de vinho tinto. Céu e inferno comicamente divididos por uma ponte suja com um nome de politico morto.


Estou de volta ao espaço, onde o corpo despenca como meteoro esperando por impacto, onde não tem amparo, não tem vontade nem dedicação, tampouco outrora devoção. Sempre pareceu inverno, daquele desconfortável até pra respirar, eu não sabia que um dia iria piorar, e até as pequenas pretensões e antigas distrações não me manteriam mais, e eu nem essas pequenas coisas pude manter ao meu lado, aliás, o que ficou ao meu lado? Se a base de radicalismo extremo eu fui levando dia após dia como alguém que eu gostaria muito ser, mas não sou, não era nem nunca fui. Mesmo assim eu disse que não ia me importar por duas ou três vezes, disse que não valia a pena insistir por umas 4 ou 5 vezes, e prometi mudanças de 75 a 100 vezes pelo menos que eu me lembre. Até os piores dentre os piores que conheci ainda voltavam pra casa e almoçavam em família, até os demônios que conheci temiam o que não conheciam e me contavam sussurrando sobre seus medos, eu não, nunca disse nada, e o que disse foi só o que vazou pelas minhas pálpebras, rolou pelo meu rosto e explodiu em algum lugar que nunca mais eu vi, ali no mesmo lugar onde perdi, parte do que alguém um dia adorou em mim, e tudo que me fazia sentir, puro, simples e adoravelmente apenas mais um, dentre peças perfeitamente encaixadas, ou pelo menos mais próximas disso do que agora.

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