sexta-feira, 30 de julho de 2010

Eu tive medo de perder a oportunidade de não mudar absolutamente nada nessa via de sentido único.

Eu queria ter um cinema marcado para o final de semana.
E na sala escura com ela sentir as mãos suarem, logo secá-las na calça jeans.
Ver com o canto do olho ela morder os lábios e balançar a perna direita sem pausa.
Queria ter algo marcado, não sei, pode ser só um fiozinho de esperança...pode ser o grão de mostarda, não importa, realmente não importa.
Eu tenho uma alma anarquista e tão pouco independente, esse é meu vicio, me sentir sozinho, um fraco pisciano que bate em portas erradas e mesmo assim, sem conhecer e as vezes sem pensar entra.
Hoje é sexta-feira, eu guardei o Diabo no bolso direito da calça, Deus no bolso da camisa, respondi todos que perguntaram e ajudei os que precisavam, fiz tudo como deveria ser feito, diria quase perfeito.
E jurei não questionar mais, pois aprendi que faz mau ao coração e afasta os poucos que permaneciam, firmes e fortes, certos, católicos, de boa aparência, de uma moral e fidelidade acima de tudo.
Eu não sei bem quanto tempo não peço ansioso pra ter uma festa de aniversário, ou a ultima vez que disse sem que fosse realmente preciso dizer “eu te amo” a alguém.
Acho que é melhor fechar os olhos, deixar ser guiado, conduzido com todo cuidado, pelo caminho onde todos se realizam e nunca olham para lado e perguntam por que.

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