segunda-feira, 30 de abril de 2012

As mesmas cores, a mesma noite.

Hoje um velho descrente eu vejo a poesia como o ato de superestimar o simples ato de viver, é por isso que os velhos de espírito são velhos, não pelo tempo que estão aqui, mas porque perderam o poder de se impressionar. Mentira. Não perdi isso, ninguém poderia perder tal força, acho que alguns se esquecem, esquecem que nem mesmo o silencio terapêutico periódico pode ser subestimado. Porque em silencio já planejei vingança, perdão e até planejei fugir sem olhar pra trás. Em silencio eu vi a cidade cinza e os rostos das pessoas colorindo a paisagem, eu vi que a ponte sobre o rio estava morta, o rio envenenado e o céu tão envenenado quanto, ficou difícil achar um lugar pra dormir de olhos fechado, mesmo que o sentinela não tivesse sombra pra lhe trair durante a madrugada. Um sorriso desinteressado é como uma digital que não se repete. E espero pelos dias em que todos os dias de manhã eu não veja conexão alguma com qualquer manhã passada. E se o passado foi bom ele será mais uma vez superado!

Um comentário:

Jaqueline Salles disse...

Gosto de ficar surpresa com o que leio! E todas estas palavras me causaram essa sensação!

Parabéns!!! Mesmo!!