segunda-feira, 19 de abril de 2010

Eli, Eli, lamá, sabactâni ?

Havia uma senhora sobre leito ao lado...

Corpo enfermo, lençóis brancos e frios, quarto branco recém pintado.
Droga na veia pra aliviar a dor, porque todos aceitam isso e não aceitam um drogado que busca aliviar a alma?
O que você realmente é pode ser secundário diante de como você está?
Eu jamais farei apologia a qualquer tipo de crença com um “Q” de religião.
Só sei que carne, ossos e sangue não tem nada haver comigo, sei que isso apodrece, e qualquer coisa pode ferir e lhe causar dor.

Busco todos os dias acreditar, que um corpo velho, surrado e esquecido, sobre um leito frio, gemendo de dor segundo pós segundo, encontra uma luz, que nunca mais vai se apagar, sem medo, sem dor nem desespero, não haverá tempo, saudade, nem vaidade, os que vestem branco e os que vestem preto, “Eu gostaria que meus dias fossem, pela fidelidade natural de um a um colados”.

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